terça-feira

Marquinha de biquíni é condenada pelos médicos


Não dá para saber quem vai estar entre os 5 mil novos casos de câncer de pele, projetados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o ano de 2012. Mas a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) já contabilizou que 63,53% da população brasileira, diariamente, correm o risco de integrar estas estatísticas.


A porcentagem é referente ao número de cidadãos que não se protege contra os raios solares. O sol em excesso é considerado um inimigo da pele, o primeiro passo para a doença.

E sabemos que mesmo quem passa protetor solar não faz isso de maneira adequada. Então, até quem acredita estar protegido por causa do filtro, pode sofrer as consequências.

O verão é a temporada que mais coleciona exemplos de exposição de risco. Nas praias, nas piscinas e até nas lajes, os corpos – principalmente os femininos – ficam estirados, banhados pelo sol forte desde o início da manhã até o fim da tarde.

Se o “ritual” já fere a recomendação de evitar os raios ultravioletas entre 10h e 16h repetida há anos pelos médicos, a marquinha do biquíni resultante após o processo também é a prova de que a proteção não foi adequada.

Ficar vermelho e ardendo só mostra que a proteção falhou. Este indício é típico de quem quer recuperar a ausência de bronzeado nas outras estações do ano e fica estampado na pele de 55% dos banhistas após um dia de praia, conforme atestou outro estudo feito pela SBD.

Usar chapéu, óculos escuros e camiseta – até na sombra do guarda-sol – é o mais indicado para quem não quer ameaçar a saúde da pele. O bronzeado excessivo também seria missão impossível se a quantidade de filtro solar aplicada cumprisse as orientações – para uma pessoa de 70 quilos, são necessários 40 ml de filtro fator 30 por aplicação (os tubos mais generosos têm 120 ml, o que resulta em um pote por dia de sol).

Para os que ainda insistem em dizer que as marcas do verão são sinal de saúde, elas são mais indícios de negligência. Para legitimar suas considerações, os outros especialistas recorrem às pesquisas. Uma delas, feita pelo AC Camargo, mostrou que os acometidos pelo câncer de pele têm duas vezes mais risco de desenvolver outros tipos de câncer do que o restante da população. Um tumor do tipo melanoma é mais difícil de ser tratado e a cirurgia corretiva deixa cicatriz – esta sim, já sabida, uma marca que não vale à pena.




O uso incorreto de protetor solar pode causar vários transtornos. Há quem esqueça de passar o filtro nos pés e depois não consiga calçar os sapatos, outros queimam a ponta da orelha e são obrigados a dormir sem virar a cabeça, e sempre tem alguém que acaba vermelho por inteiro.

Existe uma maneira correta para passar protetor solar. E ela inclui diversos detalhes que podem até parecer pequenos, mas são a diferença entre uma temporada feliz ou não sob o sol do verão.

O primeiro passo é escolher o protetor mais adequado. Existem diversas opções, com diferentes fatores de proteção e veículos de aplicação (creme, gel e spray). O creme é mais eficaz, porém um pouco mais oleoso.

Para evitar a oleosidade excessiva, especialmente no rosto, a melhor opção é usar filtro em gel. Mas é preciso de mais cuidado ao aplicar. Diferente do creme, o gel deve ser aplicado de forma delicada, apenas em uma direção, para não perder efeito.

O spray traz a vantagem ser mais prático em regiões com pêlos, porém é mais difícil mensurar a quantidade correta a ser aplicada. A dica é usar o jato contínuo para cobrir o corpo todo, sem espalhar com as mãos.

Cremes e géis devem ser aplicados na mesma quantidade, cerca de seis colheres de chá para o corpo todo. Uma para o tronco, uma para as costas, uma para cada perna, ½ colher para cada braço e ½ colher para o rosto.

Fator de proteção

Diferente do que algumas pessoas imaginam, há pouca diferença no potencial de proteção contra raios ultravioletas entre os diversos fatores de proteção solar (FPS) existentes.

Um filtro com FPS 15 barra 93,3% dos raios UV-B, enquanto um fator 30 protege contra 96,7%. A diferença está no tempo de proteção. Quanto mais alto o FPS, por mais tempo ele irá proteger a pele.

No entanto, essa variação não é fixa, ela muda de acordo com o tipo de pele da pessoa. Existem testes de laboratório capazes de identificar o tempo preciso para repassar cada protetor, mas os dermatologistas recomendam uma regra mais simples, que pode ser seguida por qualquer pessoa: reaplicar a cada duas horas.

A escolha do fator de proteção também é simples. Quanto mais clara a pele, mais alto deve ser o FPS. E as pessoas com pele escura não devem usar fator menor que 15 para evitar outros efeitos danosos, como o envelhecimento acelerado provocado pelos raios ultravioleta do sol.

Os raios UV-B provocam vermelhidão, a queimadura de sol, mas existem também os raios UV-A. Eles não queimam, mas também fazem mal à pele.

A proteção contra raios UV-A é menor que a proteção contra UV-B nos filtros solares, algo próximo da metade. Mas alguns protetores têm ação reforçada contra UV-A. Por isso vale ficar atento aos rótulos.

Cuidados especiais

Ao passar filtro solar em creme ou gel, os médicos recomendam usar a palma da mão para obter uma aplicação mais homogênea. Além de repassar a cada duas horas, é preciso ficar atento para suor em excesso. Se a pessoa transpirar muito ou entrar na água, também é bom repassar.

Mesmo os filtros resistentes à água perdem efeito de proteção no mar ou na piscina, dependendo do tempo de exposição. Após 40 minutos, os filtros resistentes perdem 50% da proteção. O mesmo acontece após 80 minutos com os protetores muito resistentes, lembrando que se secar com a toalha, deitar na canga ou até vestir e tirar uma camiseta pode contribuir para que um pouco de filtro seja removido da pele, o que diminui a proteção.

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