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A obsessão por manter a forma


Sentir e permanecer com fome, ficar sem comer por horas a fio, se alimentar somente com líquidos, embarcar em dietas malucas, deixando de lado o consumo de nutrientes valiosíssimos ao organismo, e, ainda assim, ficar frente ao espelho e enxergar uma imagem deturpada do próprio corpo. Ou, pior, se empanturrar de comida e, depois, se arrepender.


Essas atitudes fazem as mulheres se sujeitarem a diversas agressões que facilmente se transformam em doenças. Tudo bem, sabe-se que estar no peso ideal é fundamental para a saúde, mas, quando emagrecer vira uma obsessão, é preciso ficar bem atenta. Quem já passou ou passa pelo problema busca o isolamento como saída, mentindo para si mesma e, frequentemente, causando vômitos sequenciais, na tentativa descontrolada de se livrar daquele consumo em excesso.

Contudo, isso é apenas um dos sintomas. Na maioria dos casos, a paranoia chega ao ponto de as vítimas checarem as calorias de todos os produtos a serem comprados no supermercado, além de andar com uma calculadora para somar o nível calórico de cada item ingerido. Quando não se consegue controlar a pressão desse modo de vida, o jogo vira. Então, comer compulsivamente, engordar, sentir culpa e entrar em depressão estão entre as consequências.

Sim, conquistar um corpo de dar inveja é o sonho de consumo de dez entre dez brasileiras. Ou quase. Uma recente pesquisa feita pelo Ibope mostrou que 80% das brasileiras entrevistadas, em um levantamento entre agosto de 2009 e julho de 2010, se preocupam com a forma física. E mais: 40% delas afirmaram viver constantemente de dieta.

Todo esse trabalho por uma silhueta esguia pode levar a comportamentos extremos. Um deles é o das mulheres que encaram o emagrecimento como uma verdadeira obsessão. Essa ideia fixa atinge, até mesmo, quem, teoricamente, não precisaria entrar nessa.

Perigos à vista
É um risco embarcar em regimes sem orientação adequada. Não existe uma fórmula mágica que sirva para todo mundo. Cada caso precisa ser avaliado e ter um acompanhamento médico ou nutricional. Muitas vezes, a pessoa faz os maiores sacrifícios à mesa e não emagrece. Vai ao médico e descobre que tem um problema de tireoide, por exemplo. Nesse caso, ela precisava de um tratamento, não era apenas uma questão de reeducação alimentar.

Sinal vermelho
A obsessão pelo corpo magro e perfeito pode levar a algumas doenças. Confira!

Anorexia – Mesmo com o corpo magro, quem tem esse distúrbio se olha no espelho e se enxerga gorda. Por isso, a pessoa evita comer ou fica obcecada por dietas. O agravamento do quadro de desnutrição provoca lesões em órgãos vitais como o coração e o cérebro.

Vigorexia – Ocorre quando a pessoa está sempre insatisfeita com a forma, acha que é muito fraca e pouco musculosa e desenvolve uma compulsão por exercícios de musculação.

Ortorexia – É a compulsão por comer corretamente. Essa pessoa não coloca nada na boca sem saber antes a quantidade de calorias e se tem conservantes, gordura trans... Esse comportamento acaba prejudicando sua vida social, dificultando a ida a restaurantes, festas e eventos.

Bulimia – Pode acontecer ligada a um dos outros distúrbios alimentares ou isoladamente. O bulímico come grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo. Depois, sente culpa e procura eliminar o excesso de comida, provocando o vômito, usando laxantes e diuréticos ou malhando muito.

Compulsão alimentar – Apresenta a mesma voracidade pela comida que a do bulímico, só que não lança mão das estratégias compensatórias para eliminar o excesso ingerido. Come por ansiedade, estresse ou outra emoção negativa. A culpa diminui ainda mais sua autoestima. Cerca de 30% das pessoas que fazem dieta se tornam compulsivas.

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