Bebida em excesso e, por outro lado, perda de apetite e nada de se alimentar. O resultado é uma saúde debilitada e um corpo magro, bem magro, ou seja, nem um pouco saudável. Esse distúrbio, que é sintoma do alcoolismo, leva o nome de drunkorexia ou anorexia alcoólica. A drunkorexia pode atingir mulheres a partir dos 20 anos.
O que acontece é que algumas mulheres querem ter um corpo perfeito e acabam evitando a comida e suprindo a falta no álcool. A pessoa não quer comer, porque acha que vai engordar e bebe bebidas alcoólicas, que dão energia, mas não fornecem nutrientes. Essa substituição acaba virando um transtorno. Mas cada grama de bebida tem cerca de 7 calorias, sendo a segunda substância que mais engorda, depois da gordura. São calorias vazias e o metabolismo do álcool enche o fígado de gordura.
O hábito de beber acaba se tornando um ciclo e é assim que a doença se origina, porque o álcool age como inibidor do apetite e à medida que seu efeito passa, a mulher começa a ingeri-lo em maiores doses e com mais frequência evitando, com isso, o consumo dos nutrientes. Como a bebida passa a ser consumida com o estômago vazio, seu efeito é acelerado de forma que a pessoa passa a se sentir bem rapidamente.
Os sinais que indicam que a pessoa tem anorexia alcoólica são: recusa em se manter no peso mínimo indicado para a altura e idade, medo intenso de engordar, distorção da imagem corporal e alteração do ciclo menstrual sem causa aparente associados ao consumo de álcool em substituição dos alimentos.
Noventa por cento dos casos de anorexia nervosa são encontrados em mulheres. A freqüência vem aumentando devido ao culto à magreza e, conseqüentemente, aos valores distorcidos incentivados pela sociedade. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o alcoolismo atinge cerca de 12% da população feminina mundial. No Brasil, ainda não existem dados sobre a Drunkorexia, porém, há índices que associam o alcoolismo feminino aos transtornos psicológicos como bulimia, anorexia, ansiedade e depressão.
Tanto a digestão como a absorção das calorias são prejudicadas, já que a nutrição nestas condições ocorre sob a influência de um déficit de tiamina, vitamina B12, ácido fólico, zinco e aminoácidos. Com o metabolismo alterado, os micronutrientes (folato, tiamina, piridoxina, vitamina A, vitamina D, zinco, selênio, magnésio e fósforos) sofrem alterações. As conseqüências desta doença resumem-se a distúrbios nutricionais importantes com alterações orgânicas como arritmias, convulsões, doenças neurológicas, anemia, distúrbios menstruais, alterações da tireóide e endócrina. Portanto, além da perda de apetite, complicações como esofagite, gastrite hemorrágica, hepatite alcoólica e diabetes secundária podem ocorrer.
Quanto mais cedo o distúrbio for diagnosticado, melhor. Ai, a abstinência do álcool deve ser exigida imediatamente. O tratamento é feito com terapia comportamental e acompanhamento nutricional para controle das duas doenças associadas: o transtorno alimentar e o alcoolismo. São necessárias estratégias como trabalhos de grupo, reuniões do AA (Alcoólicos Anônimos) e avaliações clínicas para medir e tratar os prejuízos orgânicos do consumo.
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